terça-feira, 27 de julho de 2010

Fisiologia- Desenvolvimento- Parte 2

1. Raízes:
O crescimento de raízes primárias de plântulas depende da atividade dos meristemas apicais. Na região apical das raízes é possível observar três regiões distintas; a zona meristemática, a zona de alongamento e a zona de maturação.
Abaixo da zona meristemática encontra-se uma região conhecida como coifa. Ela parece ter função relacionada a gravidade (gravitropismo) e evita também a dessecação do apêndice radicular. Na região de alongamento ocorre a formação da endoderme. Na zona de maturação encotram-se os pelos radiculares, que aumentam a superfície de absorção de água e nutrientes.
O desenvolvimento do sistema radicular também depende da formação de raízes
laterais. Elas se originam no periciclo e crescem atravessando o córtex e a epiderme. A expansão das raízes laterais depende da atividade de um meristema apical semelhante aos observados nas demais raízes.
2. Caules:
Em caules em crescimento, a região de divisão celular é mais afastada do ápice do que nas raízes. De forma semelhante às raízes, os caules de muitas plantas apresentam crescimento em diâmetro devido à ação dos meristemas laterais
3. Folhas
A forma do primórdio foliar é produzida pela magnitude e direção de suas divisões e expansões celulares. Em geral, o primórdio aparece longo e fino quando a maioria das divisões é periclinal. Quando a maioria das divisões é anticlinal, o órgão jovem é curto e largo.
A expansão inicial do primórdio ocorre por divisões periclinais e anticlinais. Posteriormente, quando a folha atinge alguns milímetros de comprimento, a atividade de meristemas especiais determina o crescimento e a forma final da folha.
Em folhas de dicotiledôneas, o processo de divisão celular é paralisado bem antes da folha atingir o seu completo crescimento, freqüentemente quando ela está com metade ou menos do seu tamanho final.
Em geral, as células em folhas jovens são relativamente compactas. Quando a folha se expande, as células do mesofilo param de crescer antes das células da epiderme. O crescimento posterior das células da epiderme provoca a separação das células do mesofilo, produzindo um grande volume de espaços intercelulares nos tecidos fotossintéticos.
4. Algumas Características do Crescimento da Plantas
Algumas estruturas das plantas apresentam crescimento determinado e outras
apresentam crescimento indeterminado. Folhas, flores
e frutos são bons exemplos de estruturas de crescimento determinado. Por outro lado, os caules e as raízes são estruturas de crescimento indeterminado.
Os tipos de crescimento determinado e indeterminado também são aplicados às plantas inteiras. Neste caso, são aplicados outros termos: Espécies monocárpicas florescem somente uma vez e morrem; Espécies policárpicas florescem mais de uma vez antes de morrer.
Maioria das monocárpicas apresentam ciclos de vidas curtos. As espécies policárpicas podem viver muito mais sendo que não convertem todos os seus meristemas vegetativos em estruturas reprodutivas de crescimento determinado.
5. ANÁLISE CINÉTICA DO CRESCIMENTO
Muitos pesquisadores têm plotado o tamanho ou a massa de um organismo em função do tempo, produzindo uma curva de crescimento. Na fase logarítmica, o tamanho (V) aumenta exponencialmente com o tempo (t). A taxa é proporcional ao tamanho do organismo; quanto maior o organismo,mais rapidamente ele cresce. Na fase linear, o aumento em tamanho continua constante, usualmente em taxa máxima por algum tempo. A taxa de crescimento constante é indicada pela curvatura constante na reta. A fase de senescência é caracterizada pela queda na taxa de crescimento e ocorre quando a planta ou órgão alcança a maturidade e se torna senescente. Pode-se observar curvas de crescimento com comportamento diferente em outras espécies e órgãos. Em muitos outros casos, a fase linear é maior e mais facilmente observável.
6. CONTROLE DO CRESCIMENTO E DO DESENVOLVIMENTO
O crescimento e o desenvolvimento ordenados de um organismo multicelular requerem uma coordenação, a qual apresenta controles intrínsecos e extrínsecos. O controle intrínseco opera tanto no nível intracelular como no nível intercelular. Intracelularmente envolve MUDANÇAS NA EXPRESSÃO GÊNICA e intercelularmente está associado aos HORMÔNIOS e seus papéis na coordenação da atividade de grupos de células. Controles extracelulares são extrínsecos, reagem a fatores externos ao organismos, principalmente de FATORES AMBIENTAIS.
Controle Genético do Desenvolvimento
O desenvolvimento ordenado de uma planta requer uma seqüência programada de ativação gênica de modo a se obter os produtos gênicos necessários, isto é, as proteínas, em tempo apropriado. A célula deve também ter a capacidade para responder a estes produtos gênicos. Os estudos utilizando técnicas modernas de biologia molecular têm apresentado evidências de que a expressão gênica é um dos principais fatores na regulação do desenvolvimento em nível intracelular
A expressão gênica em organismos eucariotos pode ser convenientemente dividida em cinco estágios principais: ativação gênica; transcrição (síntese de mRNA); processamento do RNA; tradução (síntese de proteínas); e processamento das proteínas. Estas etapas são requeridas para o sucesso na
expressão gênica e cada etapa representa um ponto potencial no qual a expressão do gen pode ser regulada durante o desenvolvimento.
Regulação Hormonal do Desenvolvimento
O desenvolvimento da planta é regulado por cinco principais classes de hormônios: Auxinas, Giberelinas, Citocininas, Etileno e Ácido Abscísico. Além destas classes, existem agora evidências de que esteróides estão envolvidos em mudanças morfológicas induzidas pela luz e que uma variedade de outras moléculas estão envolvidas na sinalização celular, tais como ácido jasmônico e ácido salicílico, os quais parecem executar papéis na resistência a patógenos e na defesa contra herbívoros.
Os hormônios são mensageiros químicos que atuam em resposta a um sinal. Estes sinais podem induzir a produção de hormônios em determinados locais da planta. Dentre as classes de hormônios conhecidas, algumas promovem enquanto outras inibem vários aspectos do desenvolvimento da planta, podendo as mesmas atuar sozinhas ou em conjunto (balanço hormonal).
Regulação Ambiental do Desenvolvimento
A maioria dos estímulos ambientais são parâmetros físicos Luz, temperatura e gravidade apresentam os efeitos mais óbvios e dramáticos. Visto que os sinais do ambiente se originam no meio externo, as plantas devem possuir alguns meios para perceber e converter (ou traduzir) a informação contida em tais sinais em
alguma mudança metabólica ou bioquímica.
Atualmente, muitas evidências indicam que a maioria dos estímulos ambientais, se não todos, agem, pelo menos em parte, modificando a atividade hormonal e, ou a expressão gênica. Os estímulos ambientais provocam aumento nos níveis de determinados hormônios, os quais podem alterar a expressão de genes específicos para uma determinada resposta final.
Em resumo podemos ter:
Estímulo ambiental _ ­Hormônio _ Alteração na expressão gênica _ Resposta Final

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